segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Artista precede o Psicanalista

- Por Juciano Menezes



Às vezes, tudo o que temos é uma pergunta.
Ou a constante busca de uma fala que consiga dar conta do indizível.
E é o impossível que surge.
É o tempo que urge. E, ilude.
Entre um curtir e um check-in, localiza-se a possibilidade de sentir, mentir e, por fim, de alguma maneira, advir.
O ideal de ser é o não-poder ser.
É o inatingível do saber.
Do tudo saber que naufraga nas margens do viver.
Eis a ignorância douta. O escrutínio da verdade contida na sabedoria da dúvida.
A dúvida... Sempre ela. Que divide e angustia. Que nos mortifica e esvazia...
Mas conduz a um saber.
Viver não é menos que a tentativa de elucidação de uma pergunta estrutural, fundamental,
Que assola a carne, e movimenta a alma.
Che vuoi? (Que queres?)
O amor é a única resposta que se sustenta como possível.
É a alegoria capaz de contornar o buraco intransponível do real presentificado.
É o amor que suporta a árdua caminhada da trilha do desejo.
E somente o desejo permite que se inclua a falta, a riqueza do não-saber,
Da resposta que, de antemão, já não se tem.
Que venham mais perguntas.


Um comentário:

  1. Ai, que vergonha!
    Mas me sinto muito honrado pelo espaço...
    Que venham mais perguntas, mais posts, mais escritos!
    Abraços

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